Presidente da CDL Santa Cruz avalia o cenário do varejo local em meio à pandemia e destaca o poder de adaptação dos empresários
Ricardo Fernando Bartz “Estamos em constante adaptação aos novos cenários dos lojistas”
O presidente da CDL Santa Cruz, Ricardo Fernando Bartz, é o 39º nome a ocupar o cargo máximo da entidade nestes 55 anos de história. Ele destaca um pouco da função da entidade que busca fomentar o comércio local e diz o que é tão atrativo no mercado de Santa Cruz do Sul que diariamente atrai o olhar de novas empresas de varejo.
O que representa a CDL Santa Cruz hoje para os lojistas?
Ricardo – Os lojistas veem na CDL um órgão representativo, onde eles conseguem buscar ações de forma coletiva e que os represente em suas demandas que envolvam interlocução com o Poder Público e assim por diante. Tivemos o caso prático a questão da reabertura do comércio em meio à pandemia do coronavírus, e outras questões que a CDL está sempre envolvida. Outro ponto é a CDL como um facilitador de suas operações, visto que temos a assessoria jurídica, a certificação digital, entre outros, e acredito que a CDL pode evoluir muito neste quesito.
Passados 55 anos desde a fundação da CDL Santa Cruz, quais as mudanças pelas quais o comércio passou ao longo deste período?
Ricardo – Acredito que mais impactou o comércio ao longo destes 55 anos estamos vivendo nestes últimos anos, com a venda virtual. Essa é a maior transformação do comércio tradicional para o mercado virtual. Lógico que todo mundo teve que se adaptar e tenta acompanhar isso, mas trata-se da principal mudança no varejo, especialmente com o surgimento do e-commerce, as mídias digitais e as redes sociais, com a divulgação. A venda online foi o principal fator impactante e sabemos que daqui para frente as mudanças tendem até a ser mais rápidas para acontecer.
Você assumiu a gestão a pouco mais de seis meses. Quais os maiores desafios ao longo deste período?
Ricardo – Na minha gestão, o maior desafio está sendo lidar com questão do Covid, com o comércio fechando em março, mas que segue impactando nossa economia. As lojas ainda não voltaram à sua normalidade e estamos tentando encontrar formas de amenizar estes impactos. E ter que participar das tratativas para a reabertura, os protocolos de segurança, os entendimentos variados sobre o abrir e fechar os estabelecimentos, o que podia e o que não podia fazer. Esse momento mais deu trabalho, pois por mais que haja o entendimento de que fechar o comércio é uma forma de inibir circulação, por outro a gente vê lojistas sendo afetados com a perda de receita e faturamento, isso é muito difícil. Temos registro de casos de empresas que não sobreviveram e foram fadados ao fechamento. É triste para nós que atuamos no meio lojista de ver isso acontecendo: um fator externo impactando internamente num negócio de modo que ele não consiga sobreviver. Se isso ocorrer por um fator interno, um erro de estratégia do lojista, não é tão cruel como desta forma como aconteceu.
E as realizações?
Ricardo – No tocante às realizações nestes pouco mais de seis meses são algumas adequações internas que fizemos. Trata-se de um trabalho contínuo, que vem de outras gestões. A Certificação Digital, por exemplo, é um dos trabalhos fortes da CDL hoje. Também queremos retomar a Convenção Regional Lojista, que no ano passado não fizemos por conta do Covid. E este ano de uma forma ou de outra queremos realizá-la, em novembro, a fim de marcar essa data no calendário do comércio. Outra questão importante que estamos trabalhando é na execução e formatação do projeto cultural, que vai propiciar ao santa-cruzenses um show cultural no encerramento da Campanha CDL Presente Com Você.
Quais os rumos que você projeta para a entidade para os próximos anos?
Ricardo – Como já disse, a CDL precisa ser um facilitador para o empresário e empreendedor. Se as coisas estão andando para o virtual e online, temos que puxar a frente. O principal produto da CDL que já era a negativação do SPC e do Serasa, já não tem sido o principal carro-chefe e a gente precisar ir se ajustando. Então precisamos buscar soluções para o que vem se desenhando. O rumo que projeto para a entidade nos próximos anos é trazer ela mais para o meio digital e oferecer soluções neste sentido, defendendo os interesses os lojistas.
O mundo ainda está em meio a uma pandemia. Os lojistas tiveram que se reinventar e como você acredita que será o varejo nos próximos anos?
Ricardo – No varejo tem coisas que vieram para ficar durante o Covid. As reuniões são mais rápidas de forma virtual, por exemplo. Algumas operacionalizações nas vendas se deram por alguns meios, que vieram para ficar. As próprias operações financeiras acabaram entrando nessa onda, como o PIX, que auxiliou os lojistas. Isso evita que as pessoas circulem com dinheiro no bolso. Na área de atendimento virtual, onde perdemos o contato físico e teremos que nos adequar a isso. O Covid vai ser um divisor de águas para isso e visualizo o varejo diferente do que antes da pandemia. Muita negociação vai acontecer de modo virtual e vai acabar se estabelecendo.
Qual é o perfil do lojista de Santa Cruz do Sul para ter sucesso em seu empreendimento?
Ricardo – Percebemos em algumas operações que algumas empresas que melhor se saíram neste trajeto do Covid, foram aqueles que conseguiram aliar um misto de e-commerce com loja física. Temos em Santa Cruz um público mais conservador, que quer ir à loja comprar e ter a segurança de operar numa loja física, mas ele quer ter a facilidade de ir à vitrine virtual, olhar o produto, conhecer a empresa, os seus colaboradores, no modo virtual. O segredo do sucesso para uma loja de Santa Cruz é o meio termo.
Santa Cruz virou uma referência no varejo, tanto é que muitas empresas de fora se instalam constantemente aqui. Quais os atrativos do mercado local?
Ricardo – É um conjunto de atrativos. Não apenas um. A cidade que é bonita, arborizada, enfeitada. Nos três estados do Sul isso é comum, mas lugar para se viver e morar, passear, embora não sejamos uma referência em turismo, não se vai encontrar muitas por aí. O modelo de consumo da nossa cidade acaba atraindo os empreendedores de fora para Santa Cruz do Sul. A própria cidade tem um poder de consumo elevado, é só olhar os números do PIB (Produto Interno Bruto) e as empresas acabam decidindo os investimentos por esses números. O dinheiro circula, as pessoas gastam e, por isso, esses investimentos acabam sendo atraídos para Santa Cruz.
Como a entidade tem procurado se adaptar aos novos desafios dos lojistas?
Ricardo – A entidade não é muito diferente de uma loja, empresa. É preciso uma adaptação constante para que possamos atender os lojistas e associados. E oferecemos uma série de serviços para facilitar a vida dos lojistas. Tentamos oferecer ferramentas para desonerar os custos os empresários, e para baratear as operações. A própria promoção realizada este ano se adaptou para beneficiar os lojistas – este ano se optou por vales-compras no comércio local e não em prêmios físicos.
Assessoria de Imprensa da CDL Santa Cruz
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