Pagamento de dívidas é a principal meta para os próximos 2 anos de um terço dos idosos, revela pesquisa da CNDL/SPC Brasil
O aumento da população idosa e da longevidade impõem uma série de desafios para a sociedade. Para entender como as pessoas da terceira idade enxergam esta fase da vida e suas expectativas para o futuro, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, realizaram um estudo, em todas as capitais, com a população acima dos 60 anos. O levantamento revela que para os próximos dois anos, o plano mais citado pelos idosos é o pagamento de dívidas pendentes (33%). Além disso, 33% dos entrevistados pretendem aproveitar a vida com familiares, enquanto 25% querem fazer um tratamento odontológico. Já 24% pretendem viajar pelo Brasil e 23% planejam trabalhar.
A insegurança quanto ao futuro também é um dos sentimentos mais presentes na terceira idade. De acordo com o levantamento, 92% dos entrevistados têm algum temor e preocupação, sendo que o medo de ficar doente e depender de terceiros para tudo (42%) é o principal receio. Também se destacam o temor de ficar sem dinheiro para o próprio sustento (31%), de não ter saúde física (27%), de perder as pessoas que amam (25%) e de não se sentir útil (20%).
Ainda assim, numa escala de zero a 10, os idosos atribuíram média 7 para o grau de felicidade atual. Entre as classes A/B, a nota média sobre para 8.
Em tempos de pandemia, navegar pela internet é o principal lazer dos idosos
Aprender novas habilidades, estimular a capacidade cognitiva e cultivar a convivência social são essenciais para manter-se ativo na terceira idade. E a tecnologia vem contribuindo para que se relacionem com as pessoas e com o mundo, principalmente nestes tempos de pandemia. Dados da pesquisa mostram que em momentos de lazer, a principal atividade apontada pelos idosos é a navegação pela internet (60%, com aumento de 29 pontos percentuais em relação a 2018, período pré-pandemia), seguida por assistir televisão (56%), ouvir música (41%), ler livros (38%) e fazer caminhada ou corrida (31%).
Nessa mesma direção, a internet cresceu como um meio de comunicação de uso frequente entre os idosos, saindo de 46% em 2018 para 79% em 2021 (um crescimento de 33 pontos percentuais).
Enquanto isso, a TV aberta caiu de 73% para 58% em 2021, o rádio passou de 43% em 2018 para 36%, o jornal impresso de 22% para 13% e revista de 16% para 10% este ano.
60% encontram dificuldades em achar produtos para a terceira idade
Dados da pesquisa também revelam o expressivo potencial de consumo ainda inexplorado pelo mercado em relação a esta parcela de brasileiros. Mais da metade dos entrevistados (60%) considera difícil encontrar algum produto específico para a terceira idade, sendo que os mais mencionados foram os locais para sair à noite com público de terceira idade (22%), os alimentos especiais (22%), os celulares com teclado maior (18%) e serviços de turismo exclusivo para terceira idade (17%).
Considerando os itens que os idosos pretendem adquirir nos próximos 3 meses da data da pesquisa, as roupas lideram a lista com 25%. Já os tratamentos dentários ficaram em segundo lugar com 24%, seguidos dos eletrodomésticos (19%), viagens (19%) e dos smartphones (18%).
Entre os atributos considerados mais relevantes na hora de escolher o local de compra foram citados: preço (66%), qualidade dos produtos e serviços (45%), confiança no estabelecimento (38%) e o atendimento (38%).
Desconsiderando-se os supermercados, as farmácias foram citadas por 47% dos idosos como um dos principais locais de compra. Em seguida, aparecem as lojas de departamento (30%), as lojas de rua (29%) e loja online (28%). Quanto aos serviços de entrega a domicílio, 51% dos idosos mencionaram a entrega de medicamentos como um dos mais importantes, seguido de entrega de lanches e comida (45%, com aumento de 17 p.p. e relação a 2018) e a entrega de compras de supermercado (41%, com crescimento de 7 p.p. e relação a 2018).
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o mercado ainda tem muito a oferecer ao público da terceira idade. “Os idosos são consumidores ativos e exigentes, e estão cada vez mais atentos às novidades do mercado e interessados em consumir. Querem investir em qualidade de vida, sabem de suas necessidades e prioridades, mas nem sempre encontram produtos e serviços que atendam a estas expectativas. As empresas têm uma oportunidade de ouro, sobretudo nas próximas décadas, em termos financeiros, já que a população idosa ainda irá crescer muito no país”, observa.
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